Sociedade

Sindicato constata que serviços do IRN no Algarve estão em ruptura total

 
A delegação distrital de Faro do Sindicato dos Trabalhadores de Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, realizou recentemente uma visita às diversas Conservatórias da região, para verificar as condições das instalações e de trabalho, numa altura em que a época alta está aí, com o aumento significativo de utentes aos serviços.

 
Nas mesmas visitas o Sindicato, detetou salas de espera mal dimensionadas, (Lagoa), nalguns casos, em "corredores", noutros onde a organização dos espaços de trabalho versus espaços de atendimento ao público (Loja do Cidadão de Faro, Silves e Loulé), e pelo excessivo número de utentes "estão praticamente em cima dos oficiais que estão a trabalhar, com excesso de barulho, perturbando a concentração dos profissionais, aumentando o stress com consequente desgaste e agravando a probabilidade de erro".
 
Quanto à organização dos espaços de atendimento, o Sindicato assinala falta de privacidade, "permitindo que todas as pessoas vejam e ouçam os seus assuntos que os trazem à Conservatória".
 
A inexistência de sanitários para os utentes, a existência de um único sanitário sem a diferenciação de género, poucos adaptados a utentes com mobilidade reduzida e em nalguns casos, com higiene deficiente, poucas cadeiras nas zonas de espera e iluminação pouco adequada são outros pontos evidenciados na missiva enviada à presidente do Instituto dos Registos e Notariado.
 
Relativamente à acessibilidade, o Sindicato aponta para alguns erros, dando o exemplo de Portimão, "ao serem instaladas no 1º andar, as funcionalidades do Cartão do Cidadão e do Passaporte Eletrónico Português, em que o atual elevador muito usado e pouco amplo, irá, quando avariar, impossibilitar o acesso dos cidadãos aos serviços com mobilidade reduzida".
 
Em muitas situações os funcionários queixam-se de agressividade por parte dos utentes, "chegando a haver ameaças à integridade física", pelas más condições de trabalho e de organização dos serviços.
 
Amontoados de extensões elétricas no chão, aparelhos de ar condicionado por reparar, janelas e espaços para a entrada de ar em grande parte inoperacionais ou mesmo inexistentes, computadores lentos o obsoletos, impressoras e fotocopiadores inoperacionais, queixas na abertura dos serviços, pela lentidão dos computadores e sistemas informáticos, são outras lacunas identificadas pelos sindicalistas.
 
Para o Sindicato dos Trabalhadores de Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, o que se está a passar nestes serviços públicos "é fruto da crise económica, dos mecanismos de contenção da despesa e de políticas que visavam dar uma imagem negativa da Administração Pública e dos funcionários públicos. Para além de não se investir em material eletrónico, descurou-se o investimento nos recursos humanos, onde essa falta chega a ser preocupante no Algarve".
 
Na mesma análise, é referido que a maioria dos funcionários das Conservatórias, padece de exaustão, levando a que muitos dos oficiais faltem aos locais de trabalho por doença e cansaço, cuja média de idades são muito altas, com funcionários a fazerem horas-extra sem qualquer compensação por esses serviços.
 
Deste modo, o Sindicato defende uma urgente resolução destes problemas - ainda mais neste período de Verão - de forma a facilitar o desempenho dos funcionários. É exigido que sejam criados nas Conservatórias de Albufeira, Lagoa, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão e Silves, pelo menos 3 balcões para o Cartão do Cidadão e Passaporte, que sejam aumentados para 20 minutos, (como experiência), os tempos de marcação do Cartão de Cidadão, o reforço de pessoal na Loja do Cidadão de Faro, contratadas equipas de profissionais para a manutenção das redes elétricas e de ar condicionado, assim como a renovação de mobiliário que já tenha atingido o fim de vida.
 
Entre as reivindicações apresentadas os sindicalistas apelam ainda à vontade política, "para a resolução destes problemas graves, que tornam os serviços do IRN, terceiro-mundistas".